Conheça o Sol na Cabeça, banda que vai abrir o show do Transe em Colatina

Confira a entrevista que fizemos com a banda Sol na Cabeça, que nesta sexta-feira (26) fará a estreia de seu álbum em Colatina junto do duo Transe
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Foto de capa: Divulgação/Facebook.
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Conforme anunciamos por aqui, nesta sexta-feira (26) teremos o show de retorno ao Espírito Santo do duo Transe, que até então estava em turnê pela Bahia. A apresentação acontecerá em Colatina, no Diniz Music House, e a abertura ficará por conta da galera do Sol na Cabeça.

Liderado por Marcos Penitenti (violão, guitarra e voz), o Sol na Cabeça é um grupo de Colatina que tem suas raízes sonoras na música brasileira dos anos 60 e 70. Além disso, suas músicas também dispõem de um certo caráter experimental que, segundo a própria banda, é fruto de uma busca pelo som “em tudo que seja sonoro”.

Com o lançamento de seu primeiro álbum no final do ano passado, Beira Rio, Beira Mundo, Beira Mar, a banda fez a sua estreia no palco do Sesc Glória, em Vitória, como parte da III Mostra Sesc de Música do Espírito Santo. Curiosamente, o grupo ainda não pôde tocar suas canções em sua terra natal, o que tornará o show desta sexta-feira ainda mais especial.

Confira abaixo a entrevista que fizemos com a banda e saiba mais detalhes sobre sua formação, inspirações, a expectativa para este show e o próprio futuro do Sol na Cabeça.

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Marcos Penitenti (esq.), Daniel Gonçalves e Estevão Racanelli (Foto: Lucas Bolzani/Divulgação/Facebook).

João Depoli: Quando se formou o Sol na Cabeça e qual era a intenção de vocês ao fundarem este grupo?

Marcos Penitenti: O grupo veio a se formar no final da gravação do disco, pois a ideia inicial era apenas gravar algumas músicas feitas por mim em parceria com o Daniel. Isso era final de 2016. Foi só em meados de 2017, quando as músicas começaram a ganhar identidade, que conseguimos perceber que todos que estavam envolvidos no processo criativo do disco — eu, Estevão Racanelli e Daniel Gonçalves — eram, na verdade, um só grupo pensante. Então, não sei te dizer se teve uma intenção por nossa parte para fundar esse grupo. Naquele momento, as pretensões eram apenas concluir o disco. Agora é que começa o trabalho de fato.

Quais são os elementos, grupos ou artistas que a banda busca inspiração para suas composições?

Eu e o Daniel temos um gosto pelo som brasileiro das décadas de 60 e 70 e isso influenciou bastante no processo de composição das nossas músicas. O experimentalismo sonoro e lírico da Tropicália, o swing dos Novos Baianos e a sensibilidade mineira do Clube da Esquina são exemplos que dão pra citar.

No final do ano passado, vocês lançaram o álbum de estreia: Beira Rio, Beira Mundo, Beira Mar. O que este disco representou para vocês?

Uma criança que parimos aí no mundo e que agora temos que cuidar. Na verdade, representa tanta coisa, um ofício, um instinto, um manifesto, em geral a nossa voz como jovens músicos e compositores.

O que vocês procuram transmitir ao público com este registro?

Há uma busca presente por abertura de consciência, por novas visões de mundo, uma busca por redescobrir o potencial de cada um. As letras falam por si só o que desejamos transmitir dentro desse cenário de elucidação.

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Durante sua gravação, a banda esteve envolvida em todas as fases do processo, desde a direção artística à produção. Quais fatores os motivaram a proceder desta forma?

Cada um tinha algo a oferecer no estúdio. A parte técnica esteve muito ligada à ideia sonora criativa, assim como a composição dos arranjos. Tudo foi feito por nós três, simplesmente por não haver mais ninguém e aos poucos pela ligação que se estabeleceu entre todos.

Como foi participar da III Mostra Sesc de Música do Espírito Santo e fazer o show de estreia do disco em um palco tão respeitado quanto o do Sesc Glória?

Foi fantástico, o Sesc nos recebeu muito bem e gostou muito do trabalho. Além de tudo, ser selecionado dentre tantas outras bandas para essa mostra, confiando no que produzimos, traz ao grupo uma certeza de caminhada.

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Sol na Cabeça no palco do Sesc Glória (Foto: Reprodução/Instagram).

E a expectativa para fazer a estreia do álbum com um show na própria cidade de vocês junto do Transe?

Ah, Colatina é o berço da nossa arte. Fazer um show nessa terra é como fazer tocar em graça plena. Sem contar essa parceria de peso que o Quarto Mágiko [produtora de Gabriela e Carolina Deptulski] descolou pra gente. Esse casal [Fernando Zorzal e Francesca Pera, do Transe] faz um som maravilhoso! Será um prazer recebê-los aqui. Estamos em boas companhias e em nossa casa.

Me digam, o que existe em Colatina para propiciar a formação de bandas tão criativas e singulares como o Sol na Cabeça e o My Magical Glowing Lens?

Adorei a pergunta. MMGL é um projeto fenomenal da Gabriela [Deptulski]! Cosmos teve uma baita repercussão. É de tamanho lisonjeio ter o nome do Sol na Cabeça do lado da My Magical. Mas vamos à pergunta… Bicho, Pero Vaz de Caminha já nos alertava: “aqui nessa terra tudo que se planta nasce, cresce e floresce”. Colatina é só mais uma terra.

Com um excelente e muito bem recebido álbum, o que o Sol na Cabeça planeja para o ano de 2018?

Muito, mas muito trabalho. Agora é hora de espalhar o que temos de melhor pra oferecer. 2018 será um ano de mão na massa pra nós.

Texto: João Depoli.

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