Johnnie Go! retorna mais consistente e decidida em seu pesado novo EP

Três anos após estreia, banda faz seu retorno munida de um novo EP de inéditas
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Foto de capa: Divulgação/Facebook.
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A banda Johnnie Go! liberou em suas plataformas digitais no último dia 13 seu novo EP homônimo, sucessor do álbum Um Novo Mundo (2015). Formada em 2013, ela é atualmente composta por Rodrigo Vignati (voz), Cleyder Martinelli (baixo), Guilherme Peixe (bateria) e Sérgio Filho (guitarra)—que entrou para substituir o antigo guitarrista Roney Mattos.

Com quatro faixas produzidas por Sérgio Filho e Adriano Scaramussa e gravadas no Studio Audio Space, na Serra, o lançamento veio para marcar uma nova fase da banda. Antes de sua liberação, o registro foi precedido por dois singles, “Lamento” e “Velho Sorrateiro”—sendo que o primeiro inclusive recebeu seu próprio videoclipe.

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O disco abre com “Lamento”, revelando uma sonoridade pautada em elementos do post-hardcore e metalcore—estilos muito bem difundidos por bandas norte-americanas da virada do milênio, como Atreyu, Eighteen Visions e Escape The Fate. Embora os arranjos pesados e os vocais rasgados recriem essa atmosfera, cabe ressaltar que a Johnnie Go! optou desde cedo por construir seu conteúdo lírico em sua língua materna. “O mundo vai ser bem melhor se você não pensar em perder as esperanças”, sugere Vignati logo na abertura, numa espécie de convite ao ouvinte.

Na sequência vem a sombria “Velho Sorrateiro”, que introduz uma levada mais rítmica que serve como base para os violentos vocais dos versos antes que a canção receba um tom mais urgente durante o refrão. “Será que somos livres? Será que temos tudo pra viver?”, questiona Vignati. Cabe mencionar que, assim como a anterior, essa faixa também conta um interlúdio à la spoken word, com trechos declamados sob uma camada crescente que explode num refrão final.

Após os singles, o EP então segue para a inédita “Seu Olhar”, uma canção menos acelerada que as anteriores—talvez melhor caracterizada como a quase balada do disco. “Os dias passam, horas se estendem, as noites chegam, mas você não”, lamenta o vocalista antes de proclamar que não vai desistir ou se entregar até que consiga alcançar o seu objeto de desejo.

“Você nunca tentou me ajudar/ O que você só fez foi me julgar/ Vi em seus olhos enganação/ Eu nunca joguei o seu jogo da manipulação/ Quebrei as algemas e me joguei na vida”

“Eu acreditei que tudo pode ser melhor”, canta Vignati na esperançosa “Na Vida”, canção que encerra o novo lançamento de sua banda. Com pouco mais de dois minutos e meio de duração, ela é a menor faixa do EP—e também a mais simples, tanto em termos instrumentais quanto líricos.

De modo geral, quando comparado ao conteúdo de seu álbum de estreia, o EP exibe o retrato de um grupo mais coeso e com uma produção sonora mais bem definida. Enquanto Um Novo Mundo (lançado há três anos) dispõe de um conjunto de canções dispersas que variam desde o pop rock ao reggae, o novo registro não se perde em meandros—garantindo maior personalidade à obra. Suas quatro faixas sabem exatamente para onde vão e, por isso, se configuram como uma experiência muito mais agradável a quem resolver submetê-las ao teste.

Ouça:

Texto: João Depoli; Foto de capa: Divulgação/Facebook.

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