Julio Camelo bebe das vertentes sombrias do blues em seu novo EP ‘Delta’

Do acústico ao elétrico, músico de Vila Velha lança registro com canções pautadas na diversidade mais soturna do blues
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Foto de capa: Divulgação/Facebook.
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O cantor e compositor Julio Camelo lançou no dia primeiro de julho o EP Delta, sucessor dos álbuns JC (2017) e Violeiro Acidental (2015). Antes disso, o registro foi inclusive precedido pelo soturno single “Cruel World” (sua faixa de abertura), disponibilizado no dia 15 de junho como um videoclipe.

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‘Delta’, o novo EP de Julio Camelo (Divulgação).

“Dirigido, gravado e editado pela talentosíssima e audaciosa em seus métodos criativos Barbara Ribeiro, num logradouro bucólico, ensolarado, não tão cheiroso mas não menos garboso, perto de uma metrópole qualquer num dia supostamente irrelevante para o sujeito comum”, publicou o músico em sua página no Facebook sobre o clipe, que mostra um bem vestido Julio numa paisagem rural. “Quem nunca quis gravar um clipe desses andando no meio do mato”, brincou.

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Com uma pegada bem sombria pautada no blues, Delta apresenta cinco canções com conteúdo lírico exclusivamente em inglês—diferente de seus lançamentos anteriores, que eram predominantemente em português.

Após a acústica e soturna balada assassina de “Cruel World”, Camelo introduz banda inteira na venenosa “Teacher”. Logo de cara já emplaca riffs épicos e batidas marcantes antes de migrar para um explosivo solo de guitarra.

Mantendo a estética de banda, “CatCall” reduz as marchas e revela um clima mais pacato de blues de beira de estrada. Alternando entre vocais suaves e violentos, Camelo tenta convencer uma garota que não fala com estranhos a fazê-lo companhia.

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“Sad-Eyed Lady” tem uma daquelas atmosferas tenebrosas e sensuais. Batidas leves dominadas pela marcação do chimbal aliadas ao soar dos sujos acordes de uma guitarra servem de cama para os vocais arrastados e lamuriosos do cantor.

Por fim, a derradeira “Homesick” remete o ouvinte aos ares de “Cruel World”, porém numa roupagem ainda mais obscura. É pautada no contraste entre vocais desavergonhadamente rasgados e um daqueles mais lúgubres arranjos de violão. “I’m too long gone, I can’t let this go on”, despede-se.

Ouça:

Texto: João Depoli | @joaodepoli.

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