Fundada em Vitória no ano de 1999, o Take Me se estabeleceu com uma banda de punk rock/post-hardcore influenciada por artistas norte-americanos como Jawbreaker, Sparta, Samiam, Taking Back Sunday, Helmet e Seaweed. Sua formação contou com o vocalista e guitarrista Jean Diaz, o baixista Jorge Fernandes, o baterista Marcelo Buteri e o guitarrista Leonardo Ramos — que deixou a banda em 2008 para se dedicar ao seu novo grupo, o Supercombo.
Durante os dez anos em que esteve na ativa, o grupo fez inúmeros shows, trabalhou com produtores renomados do cenário nacional (Marcello “Índio” Cardoso, Rafael Ramos e Jorge Guerreiro) e lançou os discos Bem-Vindo, Inverno (2003) e A Divisão do Espaço (2008).
No início de 2009, o Take Me anunciou o fim de suas atividades declarando que estava entrando num estado de hibernação. “A banda chegou em um estágio que não tem mais o que fazer. […] O nosso vocalista/guitarrista Jean, irá morar em São Paulo com a sua outra banda, o Supercombo. Vai tentar realmente viver de música e desejamos toda a sorte do mundo,” publicou Buteri na época. “Por esses dois motivos vimos que não dá para continuar… pelo menos por enquanto, e como a gente soube a hora de parar, a gente vai saber a hora de voltar e vocês irão saber.”
E a hora chegou! Depois de uma apresentação no Stone Pub em 2014, o Take Me agora decreta seu retorno com um show no Motor Rockers, na Quarta Autoral desta semana (18), às 19h. Jean, Jorge e Marcelo se juntam novamente a Leonardo para a primeira de muitas apresentações da banda e nós conversamos com Buteri sobre o que há por trás desta volta. Confira!
João Depoli: Em Fevereiro de 2009, você foi ao antigo Fotolog do grupo para anunciar que o Take Me estava entrando num “estado de hibernação”. Agora, nove anos depois, vocês estão com um show marcado para esta quarta-feira (18). O que motivou este retorno?
Marcelo Buteri: Naquela época, o Jean e o Léo estavam com o Supercombo, com planos para morar em SP e viver da banda e aí ia ser difícil continuar com o Take Me. Em 2014, fizemos um show no Stone Pub e paramos novamente, porém desde o ano passado, eu, Jean e Jorginho estávamos nos reunindo para tocar uns covers e relembrar umas músicas do Take Me, até que colocamos uma pilha no Léo para poder fazer esse show de quarta agora e com isso veio a vontade de colocar a banda na ativa novamente.
E o que vocês prepararam para esta performance?
Estamos colocando as músicas dos nossos dois discos, com um cover do Seaweed e algumas passagens de bandas que gostamos entre algumas músicas nossas. Irá ter também umas músicas do Supercombo da fase que o Jean era da banda.
Qual a expectativa de poder mais uma vez subir ao palco com esses caras para representar uma banda que esteve tão presente no circuito underground do começo dos anos 2000?
É demais. São meus amigos desde 1995. Amo esses caras e amo o Take Me. É uma banda que eu sempre fui fã antes mesmo de tocar nela. Vai ser demais. Estou bastante empolgado.
Então essa apresentação será muito mais que uma noite apenas para celebrar a carreira da banda.
Sim, queremos tocar mais vezes. Logisticamente não sei como iremos fazer por conta que o Léo mora em São Paulo e tem o Supercombo, mas conseguiremos acertar isso com calma.
Emplacar um sucessor para A Divisão do Espaço seria pedir demais?
Vai rolar. Jean é uma máquina e já estamos com umas 20 músicas para podermos fazer, estruturar e gravar. Isso é certo que irá rolar.
Naquela época, as composições do grupo eram marcadas por reflexões e o cotidiano de uma forma geral. Hoje em dia, tanto em termos instrumentais quanto líricos, no que vocês buscam influência para compor as novas canções?
A pegada acaba sendo a mesma. Nós ouvimos as mesmas coisas que sempre ouvíamos. Nossas maiores influências são o Jawbreaker, Samiam, Helmet, Seaweed, dentre outros, então fica na mesma pegada. O jeito de Jean escrever é bem pessoal e tem uma identidade bem forte, porém estamos sempre abertos para coisas novas e influências novas.
Com esse retorno, o que o público pode esperar do Take Me para esse ano?
Como eu disse, queremos fazer mais shows de uma forma calma e com certeza um novo trabalho. Sem dúvidas isso é certo e estamos abertos a convites para shows.
Texto: João Depoli.