“Eu te conheço desde antes de você me conhecer,” brinca Fabio Mozine (Läjä Records, Mukeka di Rato, Merda e Os Pedrero) no início de sua participação no programa Panelaço, do musico e apresentador João Gordo (Ratos de Porão). Num dos episódios mais divertidos da série (que foi ao ar no dia 21 de Abril de 2016), a dupla cozinhou uma moqueca capixaba vegana—sem dendê, sem água de côco e com “carne de jaca” no lugar do peixe.
“Você virou vegetariano há quanto tempo?” questionou Gordo. “Virei não,” disparou Mozine para a surpresa do apresentador. “Eu tenho quarenta anos, né? As faturas estão chegando. Não dá pra dizer que a conta chegou por completo não, mas estão chegando as parcelas. Então, cara, eu tô começando a pensar em melhorar a alimentação, essas paradas. Véio, né? Eu sou veio,” brincou. “Você tem que parar de beber, cara. De fazer uns papelão aí por Vila Velha,” cutucou Gordo. “Minha vida é vergonha, véi,” finalizou o baixista.
Durante o preparo da moqueca, Mozine e Gordo levaram um papo descontraído sobre vários pontos de suas carreiras. A conversa passou pelo sucesso da Läjä Records—“Tô milionário! Caminhão de ouro, helicóptero.”—; pela primeira turnê na Europa do Mukeka com o Ratos na época do disco Pasqualin na Terra do Xupa-Kabra (1997) —“A gente te zuou pra caralho, hein Mozine? Você foi crucificado. Só faltou a gente pegar você, colocar de cabeça pra baixo e tacar fogo”—; os acidentes que Mozine sofreu na França e na Alemanha durante outras turnês—“Além de todo o dano físico e o dano psicológico do acidente em si, tinha uma coisa que martelava na minha cabeça que era, ‘porra, bicho, nem pra fazer essa porra eu sirvo. Eu venho pra cá pro negócio e sofro dois acidentes, um atrás do outro.’”—; sua participação no filme Os Incontestáveis—“Eu não queria fazer não. Falei com minha esposa, ‘Laura, vou fazer não, vou pagar mico.’ E ela falou: ‘Bicho, sua vida é pagar mico. Você paga mico de graça o dia todo, vai lá e faz essa porra.’”—; a origem do Crackinho e seu processo contra o Facebook—“Três anos na justiça. Venci o Facebook!”—; e mais.
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Texto: João Depoli | @joaodepoli.