Dobradinha As Alquimistas e My Magical Glowing Lens fecha o sábado com estilo

Em meio a diversos ritmos e discursos libertadores, As Alquimistas e My Magical Glowing Lens ferveram, cada uma à sua maneira, a noite do Stone Pub
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Foto de capa: Victória Dessaune.
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Neste último sábado (19), o Stone Pub recebeu a Psychedelic, uma festa diferente e marcada tanto por apresentações quanto despedidas.

De um lado, a casa recebia a estreia do grupo As Alquimistas, formado por incríveis sete musicistas: Ângela Diniz (voz), Lara Carpanedo (voz), Cinthia Caetano (voz), Aressa Alves (percussão e voz), Crystal Candeia (percussão), Yasmin Nariyoshi (guitarra), Yasmin Zandomenico (pandeiro) e Dora Dalvi (baixo).

Já do outro, a Praia do Canto novamente dava suas boas-vindas à banda My Magical Glowing Lens, o grupo idealizado e liderado pela vocalista, guitarrista e produtora Gabriela Deptulski, que fazia o primeiro de seus dois shows em Vitória antes de partir numa turnê nacional pelas regiões Sudeste e Sul.

Cabe lembrar que essa dobradinha teve seus alicerces fundados durante os movimentos em reposta ao assassinato de Marielle Franco, quando ambas as bandas se encontraram no Centro de Vitória e criaram um laço em torno desta batalha.

As Alquimistas

Já havia passado da meia noite quando o primeiro show começou. Eu estava um pouco atrás para conseguir enxergar, então não sei dizer ao certo quantas pessoas estavam lá em cima, mas garanto que o palco do Stone Pub ficou muito pequeno quando todas as Alquimistas subiram nele. Foi sua primeira apresentação desde o curto “exílio” que elas fizeram na Barra do Jucu para gravar seu EP de estreia — fruto de uma bem-sucedida campanha de financiamento coletivo no site Vakinha.

Mesmo espremidas lá em cima, o entusiasmo e a paixão jorravam espontaneamente de cada uma delas e, ao longo de sua performance, tocaram diversos estilos e ritmos para uma casa cheia. Em meio a sorrisos, danças, mensagens de empoderamento feminino, uma homenagem a Marielle, rock, jazz e aquele delicioso soul music brazuca, elas entregaram uma apresentação tanto original quanto cativante, sendo inclusive agraciadas com aquele ensurdecedor e caloroso coro de “mais um, mais um, mais um.

Agora só falta liberar esse EP!

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My Magical Glowing Lens

Madrugada adentro e a atmosfera já era outra. A psicodelia havia tomado conta do Stone quando Gabriela Deptulski subiu ao palco com a My Magical Glowing Lens e sua nova formação, com Pedro Moscardi (baixo), Natália Arrivabene (bateria) e Thaysa Pizzolato (teclado). O público definitivamente já estava no grau e, quando a primeira música começou, as pessoas notavelmente se entregaram ao balanço da nave de Deptulski. Não havia mais volta. Hipnotizados, todos balançavam suas cabeças ao ritmo envolvente de Arrivabene e Moscardi enquanto fritavam com os arranjos espaciais de Deptulski e Pizzolato — deixando os seguranças que eventualmente passavam pela pista com aquela expressão de “Meu Deus, que porra é essa?”

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Navegando pelo tão elogiado disco Cosmos (2017), a performance do quarteto esbanjou segurança, técnica, energia, carisma, coração e, assim como As Alquimistas, também contou com um discurso de empoderamento — embora Deptulski tenha optado por uma abordagem mais visceral e uma temática mais existencialista. “A regra agora é errar,” gritou uma extasiada Gabriela pouco antes da derradeira e poderosa “Supernova”, que encerrou a apresentação em meio a um desabafo e um convite para se “viver além dos limites.”

Bem, Gabriela, conte conosco!

Texto: João Depoli; Foto de capa: Victória Dessaune.

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