“Cultura Livre é brasileiro”, diz o sempre sorridente Silva no início de sua participação no mais novo episódio do programa Cultura Livre. Atualmente embarcado numa turnê nacional, o músico fez uma rápida parada nos estúdios da TV Cultura para apresentar seu mais novo trabalho, o álbum Brasileiro (2018). Por lá, ele tocou algumas canções e bateu um papo com a idealizadora e apresentadora da série, a jornalista Roberta Martinelli—que no mês passado esteve com Juliano Gauche e seu disco Afastamento (2018).
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“A vontade já tava ali”, garante Silva sobre a sonoridade mais abrasileirada presente nesse lançamento. “Quando eu comecei a fazer as primeiras músicas, elas já estavam vindo com uma cara muito brasileira, sem um planejamento e, quando eu vi, já tinha um samba,” continua. “Aí eu comecei a procurar discos [para] ver se tinha algum disco com esse nome, só Brasileiro, aí vi [que] não, a barra tá limpa, então vou usar—e adorei vir com esse nome”
“Achei o nome bonito, ousado e importante em 2018, porque é um momento em que o Brasil tá uma loucura, um caos e que as pessoas tendem a querer sair daqui e se envergonham de falar que são brasileiras”, comenta Martinelli. “Aí você vem com um disco no meio desse caos que é Brasileiro”, finaliza. “Eu quis ressaltar o lado bom que a gente tem”, aponta Silva.
“Apesar dos problemas que a gente tem, eu sempre fui apaixonado pela música brasileira. Eu acho que é um trunfo que a gente tem e… Qualquer lugar do mundo que você vai, […] quando eu falava que era brasileiro a reação era um sorriso no rosto”.
Além de falarem bastante sobre a temática por trás do álbum, Silva e Martinelli também conversaram sobre composições, seu processo de reconexão com instrumentos orgânicos, a evolução de seus trabalhos, a influência que seu disco de releituras de Marisa Monte trouxe, a recente fase de sua vida (que ele considera ser a melhor até então), a alegria e o drama da música, sua parceria com a cantora Anitta e mais.
Acompanhado pelo baterista Hugo Coutinho, o baixista e tecladista Lucas Arruda e o trio de metais composto por Joabe Reis, Bruno Santo e JP, Silva tocou algumas das músicas de seu novo disco: “Prova dos Nove”, “Caju”, “Fica Tudo Bem”, “Duas da Tarde” e “A Cor é Rosa”. Além destas, até rolou um medley de “Feliz e Ponto”—de seu álbum anterior, Júpiter (2015)—com “Que Maravilha”, canção do mestre Jorge Ben Jor.
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Confira abaixo o episódio na íntegra do Cultura Livre e já vá se preparando para o show que Silva fará no Viradão Vitória ao lado de André Prando, Lordose pra Leão, Moreati e mais, no próximo dia 7 de setembro, no Centro de Vitória.
Faixa Bônus
Como de praxe, o Cultura Livre também disponibilizou um conteúdo exclusivo aos internautas em sua faixa bônus. Neste curto registro em que os artistas são convidados a apresentar algo inusitado, Silva optou por cantar uma música em inglês—algo que ele raramente faz.
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A faixa escolhida foi “There Is No Greater Love”, da cantora americana de jazz Billie Holiday, canção que Silva “cantava no chuveiro [e] em casa pros amigos, uma coisa assim, mais escondida”.
Veja:
Texto: João Depoli | @joaodepoli.