Punk rock e atitude em “Troublemaker”, a estreia da banda Madellena

“Good girls go to Heaven, bad girls go wherever they want”
madellena-troublemaker-instagram
Alexandre Mohammed (esq). Vanessa Labuto, Ignez Capovilla (celular) e Lívia Barcelos (Crédito: Reprodução/Instagram).
PUBLICIDADE

Eu sei que isso já foi dito inúmeras vezes, mas não tem problema repetir: 2020 foi uma merda. Muitas promessas musicais estavam tomando forma pelo estado antes de uma madrugada pandêmica colocar diversos projetos superinteressantes na geladeira para um retorno sabe-se lá quando. E foi isso que aconteceu, por exemplo, com a Madellena, um dos grupos que eu já estava de olho há um tempo. Felizmente, esse golpe não durou tanto tempo e ela finalmente está de volta.

Formada por Lívia Barcelos (vocal), Alexandre Mohammed (guitarra e voz) e Vanessa Labuto (bateria e voz), a banda surgiu no meio de 2019. Durante os meses de um passado pré-isolamento, esse pessoal chegou até a fazer uns shows e deixou todos nós, órfãos de um trio underground porrada, ansiosos por um lançamento maneiro. Mas não teve jeito: 2020 chegou direto na voadora e cagou tudo.

Apesar disso, Barcelos, Mohammed e Labuto não se entregaram à incerteza do período e aos poucos começaram a retomar a caminhada da Madellena. Curiosamente, uma das manobras mais interessantes dessa reintegração foi a entrada da baixista Ignez Capovilla, reprisando a dobradinha que fazia com Vanessa na cozinha da ótima Whatever Happened to Baby Jane.

Energizados pela adição de uma nova integrante, o agora quarteto então voltou ao Estúdio Mantra ainda em agosto para dar continuidade ao processo de gravação de seu primeiro single, o que o acabou mantendo ocupado pelos meses seguintes. “Nem sabemos ao certo como conseguimos gravar de forma tão fragmentada num processo que iniciou antes da pandemia e seguiu atravessando ela”, publicou a galera da Madellena em suas redes há algumas semanas. “Teve falta de vontade, perda de ânimo, dúvida. Mas teve acima de tudo uma vontade de fazer isso junto”.

O resultado dessa maratona saiu no dia 25 de fevereiro e chama-se “Troublemaker”. Com produção de Bernardo John, a faixa tem 2 minutos de duração e é uma divertida e fluida dose de punk rock à la Bikini Kill, L7 e Violet Soda. Uma antiga versão da música inclusive circula pelo YouTube desde outubro de 2019. No vídeo captado por Karina Loyola, pode-se ver o então trio ensaiando “Troublemaker” no Bravo Estúdio, em Vitória.

madellena-troublemaker-single-capa-divulgacao
“Troublemaker” é o single de estreia do grupo (Crédito: Vanessa Labuto).

E sobre a arte que acompanha o single, uma foto de “brinquedos e tralhas da Amora, sobrinha da Vanessa”, seria essa uma pista sobre o próprio nome da banda? De acordo com o quarteto, Madellena é o “alter-ego figurativo de uma menina de idade cronológica e/ou mental de 5 anos, propriamente a causa e efeito do seu destino e consequências”.

Muito doido pra você? Então chega de papo e escute logo “Troublemaker”, o single de estreia do grupo:

Texto: João Depoli | @joaodepoli.

Mais do Inferno Santo