Gustavo Macacko parece estar não só com uma carta, mas com o barulho inteiro nas mangas—tamanha é a quantidade de trabalhos que o músico tem se envolvido nos últimos meses.
Ainda em abril, ele fechou a primeira etapa do Vitória Rock Festival com seu show-tributo Espírito Rock, um retrato rock ‘n’ roll da música produzida no Espírito Santo ao longo das décadas. Com canções de Silva, André Prando, Pé do Lixo, Macucos, Lordose Pra Leão e vários outros artistas, o show deu tão certo que o músico repetiu a dose no Festival de Inverno de Domingos Martins e até mesmo na Lapa, no Rio de Janeiro.
Depois desse tributo, Macacko surgiu com duas parcerias, sendo a primeira delas “Passaporte Para a Fé”, música que compôs junto ao rapper carioca Gabriel, o Pensador em homenagem ao músico e ex-Secretário de Cultura de Vitória Alexandre Lima. A canção até ganhou um videoclipe e, assim como a apresentação inaugural do Espírito Rock, parte dos seus fundos será direcionado ao tratamento de Lima. Sua outra colaboração veio com o lançamento da canção “Surf Music”. Esta, por sua vez, faz parte de uma série colaborativa iniciada pelo músico paulista Chuck Hipolitho em seu primeiro EP solo, Namastê Yeah (2016). Inspirado em artistas como Karen O e Daniel Johnston, a proposta de Hipolitho é criar uma atmosfera lo-fi ao lançar gravações feitas em seu celular de músicas compostas com amigos.
Além de tributos e parcerias, Gustavo também anunciou recentemente um revival do Símios, grupo responsável pelas suas primeiras imersões no universo da música autoral. Com uma apresentação única agendada para a terceira etapa do festival da Vitória Harley-Davidson, no dia 15 de setembro, Macacko se reúne com Daniel “Danny Boy” Piazzini, Bruno “Piui” Zanetti e Ricardo “Cachalote” Mendes após 13 anos para tocar clássicos e raridades de seus discos: Símios (2000), Déjà vu (2002) e Hospício Eu (2006).
Com um primeiro semestre extremamente produtivo, Macacko acaba de revelar que em menos de uma semana entrará em estúdio para gravar seu novo álbum solo, Humanifesta. “Os relacionamentos humanos, as manifestações e a festa, que eu tô entendendo que é um rito”, explica sobre o conceito por trás desse trabalho, que será marcado por trilogias musicais para simbolizar essa tríade.
“Vou fazer vídeos no YouTube, um programinha onde eu vou perguntar pras pessoas sobre… Vou fazer sempre três perguntas: quem é o ser humano que eu estou entrevistando, como ele lida com as manifestações da vida dele e como ele lida com os ritos. Então tudo isso vai ajudar a construir esse conceito do Humanifesta”, atesta o músico acerca do caráter colaborativo do trabalho.
Programado para ser gravado em São Paulo, o disco terá sua primeira trilogia de canções registrada entre os dias 13 e 19 de agosto. A primeira música desse conjunto, “Ainda Será Agora”, retrata o campo “humano” e conta com a participação de Emerson Leal. Já no ponto de vista das “manifestações”, Macacko gravará a música “Circo Lar” em parceria com Tati Wuo e Thiago Ferrari. Por fim, a canção que representa a esfera dos “ritos” chama-se “Guerra e Festa”, e envolve o renomado músico Otto.
Em meio a tantas colaborações, outra boa notícia é que a produção do disco ficará a cargo de Juliano Gauche, que conheceu Macacko antes de partir para São Paulo em carreira solo, quando ainda tocava no Solana. “O Macacko é um dos meus parceiros mais antigos. Ele foi um dos que me receberam em Vitória quando fui morar lá. Fizemos muita coisa juntos”, disse Juliano em entrevista durante a divulgação de seu novo disco, Afastamento (2018).
Essa inclusive não é a primeira vez que eles trabalham juntos. Ainda em 2009, Juliano foi o produtor do primeiro álbum solo de Gustavo, intitulado Macaco, Chiquinho e o Cavalo. “A gente sempre foi parceiro, o Símios e o Solana. Foram duas bandas que dialogaram muito, porque a gente morava em Fradinhos, e daí nasceram parcerias”, afirma Macacko sobre as canções “Solto Por Nós” e “Tem Dia Que É Demais” (do novo disco de Gauche), além do Xamã do Raul, grupo criado em homenagem ao músico Raul Seixas. “Minha história com o Gauche é muito antiga e a gente se mantém parceiro até hoje”, conclui.
Fique ligado para maiores informações acerca do processo de gravação de Humanifesta.
Texto: João Depoli; Foto de capa: Felipe Diniz/Divulgação.
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