Depois da recomendação de Juliano Gauche, agora foi a vez de darmos um passeio no universo de Cainã Morellato, líder do grupo Cainã e a Vizinhança do Espelho.
Usando esse tempo em isolamento para trabalhar num sucessor de seu álbum de estreia, O Último Disco do Ano (2018), Morellato também tem aproveitado a quarentena para fazer umas lives em seu estúdio em Linhares — rolou até um cover de John Frusciante com seus companheiros de banda.
Sua recomendação foi Carrie & Lowell, sétimo disco do cantor, compositor e multi-instrumentista norte-americano Sufjan Stevens.
Lançado em 2015, o disco marcou o retorno do músico às suas raízes no folk, além de ser uma homenagem à sua mãe, Carrie (que faleceu em 2012), e ao seu padrasto, Lowell. Aclamado crítica e comercialmente, o álbum chegou até a ganhar uma versão ao vivo com algumas reinterpretações e improvisações de suas canções.
De maneira geral, Carrie & Lowell é considerado por muitos o melhor disco de Stevens. E, só para lembrá-los, o cantor recentemente chegou a ser reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas com uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original por “Mistery of Love”, do filme Me Chame Pelo Seu Nome (2017).
“Pra mim, ‘Carrie e Lowell’ é um disco sobre superação, sobre luto e sobre tudo o que eu enxergo a gente vivendo nesse momento. Sobre solidão, mas mais no sentido de reclusão, de aceitar a realidade — a nova realidade imposta — e viver e conversar com ela. Dialogar e cantar com ela”, avalia Cainã. “Eu indicaria esse disco pra se ouvir num momento solene, de tranquilidade, de silêncio, de olhar pro céu, de pensar na vida, de… sei lá, tá quietinho no quarto, sabe? Com uma luz tranquila e olhar pra dentro. Acho que é isso”.
E você, o que acha?
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Texto: João Depoli | @joaodepoli.