As recomendações que recebemos nos últimos dias de Axânt e Gabriela Terra (My Magical Glowing Lens) ampliaram nosso espectro sonoro ao nos dar uma perspectiva mais ampla do universo do hip hop — o que até então tínhamos visto apenas nas indicações feitas por Edson Sagaz (Suspeitos na Mira). Hoje, nosso primeiro convidado do dia mantém essa dinâmica de expansão ao nos fornecer uma nova alternativa de audição frente a todas as sonoridades às quais ele tem se imergido ultimamente.
“Eu tenho ouvido bastante música instrumental nesses últimos meses, desde bandas e artistas como Chon, Ólafur Arnalds e Chet Baker até trilha sonora de jogos e filmes”, me disse Everton Radaell, vocalista e guitarrista da banda Auri. “Mas se for pra recomendar algum álbum que seja um bom companheiro para as pessoas nessa quarentena, eu recomendaria o Palms, da banda norte americana Thrice”.
Palms é o décimo e mais recente disco da banda. Lançado em setembro de 2018 (menos de um mês depois de sua última passagem pelo Brasil), o disco conta com 10 canções que vão desde baladas ao post-hardcore que o grupo vem aperfeiçoando em suas últimas mutações sonoras.
Para embasar sua escolha, Radaell destacou dois motivos:
“Primeiro por conta das letras e mensagens das músicas”, afirma o músico. “Thrice é uma banda cristã, mas independente da religião da pessoa ou da sua crença, as músicas funcionam bem e tendem a ser universais”, garante Everton sobre o quarteto californiano formado ainda em 1998. “Eles sempre tentam trazer debates interessantes e importantes, além de suas letras terem mensagens positivas e de conforto, tudo isso de uma forma mais aberta e geral”, comenta sobre a obra de Dustin Kensrue e companhia.
“Segundo por conta da sonoridade das músicas desse disco. Ele é um álbum bem variado sonoramente, desde músicas mais agitadas com riffs mais roqueiros, até músicas mais calmas com uma sonoridade ‘anti-ansiedade’ e outras emocionalmente crescente”, explica o músico, cujo próprio trabalho poderia muito bem ser descrito da mesma forma. “É um álbum virtuoso e ao mesmo tempo simples, a ponto de ter músicas com andamentos complexos e não tão comuns, mas na mesma canção ter uma melodia acessível e pop, trazendo o melhor dos dois mundos”.
“Acho que tem tudo a ver com esse momento montanha russa que estamos vivendo, onde nosso humor, emocional e psicológico têm variado bastante. Nesse disco você vai encontrar uma música perfeita pra acompanhar cada momento desse, da maneira que você precisar”, finaliza Everton em seu convite.
Junte-se a ele e entregue-se às maravilhas do Thrice.
Clique aqui e confira as recomendações musicais feitas pelos demais artistas que participaram da série Quarentalks.
Texto: João Depoli | @joaodepoli.
