Hoje entramos na segunda semana dessa nova roupagem de quarentena do Inferno Santo e seguimos com mais indicações de discos pra vocês.
Depois de Juliano Gauche, Ana Müller, Dan Abranches, Rafael Braz, Cainã Morellato e Hugo Ali, agora é a vez de ouvirmos os seis artistas que participarão do episódio desta quarta-feira (24) da Quarentalks e, para começarmos, convidei uma figura proeminente do cenário hardcore nacional: Fabio Mozine.
Trata-se do fundador e dono do selo Läjä Records — responsável por lançar artistas como Whatever Happened to Baby Jane, Hill Dreams, Deb and The Mentals e Damn Youth. Além de empresário, ele é integrante das bandas Mukeka di Rato, Os Pedrero, Merda e Merdada, nas quais se reveza entre as funções de baixista, guitarrista e vocalista.
“Nesses últimos dias aí eu tenho escutado um disco chamado Espelho Cristalino. Na verdade, eu sempre gostei muito dessa música, ‘Espelho Cristalino’, e eu fui botar no Spotify e eu cheguei à incrível conclusão: eu não tinha o disco”, surpreende-se o ávido colecionador de LPs.
Lançado em 1977, Espelho Cristalino é o quarto álbum solo do cantor e compositor pernambucano Alceu Valença. Seu título vem de uma de suas faixas, uma canção repleta de lirismo e com um refrão inspirado no folclore alagoano.
“Eu sempre conheci a música, porque ela é muito famosa e estava em coletâneas e tal”, detalha Mozine. “Então eu comecei a escutar o disco todo e conhecer as músicas”.
Com oito canções e cerca de meia hora de duração, o disco também conta com composições feitas em parceria com Zé Ramalho, Don Tronxo e Rodolfo Aureliano. Destacam-se também críticas ao período de ditadura militar nas músicas “Agalopado” e “Veneno”.
“É um disco muito bom”, encerra.
Que tal?
Clique aqui e confira as recomendações musicais feitas pelos demais artistas que participaram da série Quarentalks.
Texto: João Depoli | @joaodepoli.