Enquanto uns me indicaram apenas um disco, outros não se aguentaram e tiveram que sugerir três — como foi o caso do Thiago Stein (DOZZ), nosso primeiro convidado de hoje (25). Bem, ainda existe um terceiro cenário nisso tudo, como eu logo pude descobrir quando recebi a recomendação que me foi feita pela Gabriel Brown: um álbum colaborativo entre vários artistas. Mas antes de entrarmos em sua escolha, vamos falar um pouco sobre ela.
A cantora aterrissou em nosso cenário independente há poucos anos. Ganhou a atenção do público com algumas versões que postou em suas redes, mas o reconhecimento mesmo veio quando começou a lançar seu próprio material. Com o impacto de trabalhos como “Anti Maré”, uma deliciosa versão ao vivo de “Bonito é o quê?” e um clipe de muito bom gosto para “Meu Carnaval”, o próximo passo lógico nessa trajetória seria investir em seu primeiro disco — e foi exatamente isso que ela fez.
Lançado no ano passado, Zeugma mostrou um belo amadurecimento na carreira da cantora. Produzido por Rodolfo Simor (Silva, André Prando, Aurora Gordon), o álbum conta com 10 faixas que elegantemente fundem o R&B, pop e soul que tanto definem seu trabalho. Nas palavras do publicitário Guilherme Guio, “é um ótimo disco de estreia que não apenas comprova categoricamente o vasto talento de Gabriela Brown como dá contornos ao seu universo sonoro com classe e competência inegáveis”. Tá bom, né?
De volta à sua recomendação, Gabriela nos sugeriu a compilação Acorda Amor. “São interpretações de 16 músicas lançadas originalmente entre 1957 e 2016”, explica a cantora.
Batizado em homenagem à canção homônima de Chico Buarque, Acorda Amor foi disponibilizado ainda no início deste ano. Com releituras de nomes como Rita Lee, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Ivan Lins, Abigail Cecílio de Moura e mais, o projeto foi idealizado por importantes vozes femininas do atual cenário musical do país. São elas: Letrux, Liniker, Maria Gadú, Xênia França e Luedji Luna (que inclusive teve seu disco recomendado tanto pela Ana Müller quanto pelo Dan Abranches na semana passada).
“As cantoras unem vozes para defenderem o engajamento afetivo de um povo que dorme”, comenta Brown sobre o disco escolhido. “A flor pode vencer o canhão”.
Definitivamente pode.
Clique aqui e confira as recomendações musicais feitas pelos demais artistas que participaram da série Quarentalks.
Texto: João Depoli | @joaodepoli.