“Escute esse disco”, por Thiago Stein (DOZZ)

Venha descobrir qual é o álbum que o Thiago Stein tem a nos recomendar para ouvirmos durante essa quarentena
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Thiago Stein, vocalista da banda DOZZ (Crédito: João Depoli).
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E aí, gostaram do segundo episódio da Quarentalks de ontem (24)? Muitas opiniões pertinentes e diferentes perspectivas sobre esses últimos meses, né? Mas temos que seguir adiante e agora é hora de mais uma indicação de disco… ou seriam três?

Pois é, pedir para uma pessoa recomendar um disco pode soar como algo simples, mas às vezes o nosso cérebro não consegue sossegar com apenas uma opção. Quem nunca se enrolou naquela tarefa impossível de dar só uma sugestão? Bem, foi isso que aconteceu com nosso convidado do dia, Thiago Stein.

Vocalista da banda DOZZ, Stein e companhia deram as caras no final do ano passado na promessa de um disco para 2020. Lançaram clipes bem DIY dos seus singles “Accelerate” e “Lost Cause”, mas acabaram sendo freados pelo Corona. Enfim, enquanto seu próprio álbum não fica pronto, Thiago tem algumas sugestões pra nós.

“Minha cabeça frita quando preciso escolher um entre vários”, confessa. “Tenho escutado muito, quase em loop, o álbum ‘Why Me? Why Not.’”, diz o músico sobre o segundo disco solo de Liam Gallagher, ex-vocalista da icônica banda inglesa Oasis.

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‘Why Me? Why Not.’, de Liam Gallagher (Crédito: Divulgação).

Lançado no segundo semestre de 2019, o álbum foi um sucesso tanto comercial quanto de crítica. Contou com o mesmo time de produtores de seu disco de estreia, As You Were (2017) — os americanos Greg Kurstin (Adele, Paul McCartney, Foo Fighters) e Andrew Wyatt (Lady Gaga, Lorde, Bruno Mars). Seu título vem de duas pinturas feitas pelo ex-Beatle John Lennon: uma intitulada “Why Me?” (que Liam comprou em Munique, ainda em 1997) e a outra chamada “Why Not.” (um presente que Gallagher recebeu pouco depois… e da própria Yoko Ono).

“Gosto da sonoridade. Recomendo”, pontua Stein.

Sua segunda recomendação foi Tranquility Base Hotel & Casino (2018), o sexto registro de estúdio dos também britânicos Arctic Monkeys. “Para quem quer um ar pós-apocalíptico, mas bem elegante, escute-o”, sugere.

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‘Tranquility Base Hotel & Casino’, de Arctic Monkeys (Crédito: Divulgação).

Além de contar com James Ford, o habitual nome por trás da produção do quarteto, Tranquility foi a primeira incursão do vocalista e compositor Alex Turner no papel de produtor de sua banda. Imerso num oceano de ficção científica e simbolismo cinematográfico, o álbum foi um grande divisor de águas na carreira do grupo, marcando uma transição no uso de elementos mais pop, bem presentes em seu antecessor, AM (2013), para um território mais experimental — o que causou uma certa polarização entre seus fãs.

Em todo o caso, o álbum ainda alcançou o primeiro lugar das paradas e foi muito bem recebido em sua turnê mundial — que passou até pelo Brasil. “Dá uma onda boa”, como disse Thiago.

Como sua última escolha, o músico optou por sair da Inglaterra e voltar ao Brasil. “Se estiver pensando em algo alegre e com certa reflexão, escute o primeiro álbum de Secos & Molhados”. Trata-se de Secos & Molhados I, disco que marcou a estreia do grupo paulista de João Ricardo, Ney Matogrosso e Gérson Conrad, em 1973.

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‘Secos & Molhados I’, de Secos & Molhados (Crédito: Divulgação).

+ Leia a participação de Thiago no segundo episódio da série Quarentalks ao lado de Fabio Mozine (Mukeka di Rato), Fepaschoal, Gabriela Brown, Edson Sagaz (Suspeitos na Mira) e Luíza Boê.

Embora tenha saído em meio ao período de censura da ditadura militar (tema inclusive tratado em suas canções), o registro foi um sucesso absoluto, batendo todos os recordes de venda da época. Ele também garantiu uma imensa visibilidade ao estilo inovador do grupo (tanto musical quanto visualmente), contribuindo com uma espécie de reinvenção da música pop nacional dos anos 70. Mantendo-se relevante até os dias de hoje, foi eleito o 5º melhor disco brasileiro pela Rolling Stone, em 2007.

E você? O que acha?

Clique aqui e confira as recomendações musicais feitas pelos demais artistas que participaram da série Quarentalks.

Texto: João Depoli | @joaodepoli.

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