Depois de algumas músicas que marcaram a cantora Patricia Ilus, agora é a vez de conhecermos a recomendação de mais um de nossos artistas. Isolado em sua casa no Centro de Vitória, quem também fala comigo hoje é o cantor e compositor André Prando.
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“Ah, claro que eu vou recomendar que as pessoas ouçam o meu EP”, me responde Prando em meio a risadas. E não poderia ser diferente. Seu EP saiu há pouco mais de um mês e ainda está fresquinho. Mais do que isso, ter um contexto mais apropriado que ele… bem… fica difícil, né?
Pode-se dizer que Calmas Canções do Apocalipse foi um projeto minuciosamente trabalhado para este período de quarentena. Prando estava em plena turnê de divulgação de Voador (2018), seu tão elogiado segundo álbum, quando se viu obrigado a suspender todas as suas datas devido ao processo de isolamento social.
Aproveitou o tempo em casa para fazer algumas reflexões e logo se viu na missão de transformar todas as suas angústias e incertezas acerca desse período num registro artístico que pudesse levar certo conforto ao ouvinte — afinal, esse é o papel fundamental do artista: representar o tempo em que vive.
Disso saiu este novo EP, um trabalho totalmente gravado em casa, com participações feitas pela internet e sujeito a todas as limitações que as circunstâncias lhe impuseram. Ainda assim, o resultado exibe muito bem o objetivo ao qual o músico se agarrou no início da empreitada: entregar canções positivas e cheias de reflexão para servir como um abraço nesses tempos de solidão.
“São três músicas. Uma é ‘Gatinho na Internet’, que é uma parceria minha com a banda Biltre, do Rio de Janeiro. Outra é ‘Dharma’, uma composição minha em parceria com o Luiz Gabriel Lopes. E a terceira é uma releitura de Belchior, ‘Clamor no Deserto’. Ouçam”, convida André.
Claro.
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Texto: João Depoli | @joaodepoli.
